Que bobagem Natália Pasternak
É muito simples mostrar que Natália Pasternak está enganada com relação a psicanálise
Natalia Pasternak, no livro Que bobagem! Pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério está completamente enganada em afirmar que a psicanálise não é uma ciência.
Vamos pegar direto um atalho. A mais importante revista científica na área da psiquiatria e da psicologia clínica é o Journal of American Psychiatry. Acesse a revista pela internet e na busca coloque o nome do psicanalista britânico Peter Fonagy. Ele assina 16 artigos na revista. Só nesta. Esta revista é publicada pela American Psychiatric Association, que publica o DSM, manual oficial de psicopatologia adotado em todo o Ocidente e parte a Asia, que também publicou o livro Handbook of Mentalizing in Mental Health Practice, editado pelo mesmo Peter Fonagy. Pois bem, este livro tem artigos assinados por 39 psicanalistas, que além da prática clínica, são pesquisadores de centros de pesquisa de centros universitários do Reino Unido, EUA, Canadá, e mais 7 países da Europa.
Vamos ampliar a pesquisa. Vamos para o google acadêmico. Coloque o nome de Peter Fonagy. Ele aparece em dezenas de artigos de revistas cientificas, que não são revistas de psicanálise, mas revista abertas a todas as orientações, voltadas a transtornos mentais específicos, como de personalidade, depressão, ansiedade, bem como voltadas a técnicas psicoterapêuticas em geral.
São muito raros os artigos científicos de autoria única de Fonagy, escreve em parceria com psicanalistas de uma ampla rede estendida a quase totalidade dos países da Europa Ocidental, USA, Canadá, Israel.
Agora vou dar alguns outros nomes de psicanalistas para serem colocados no google acadêmico: Sidney Blatt, Daniel Stern, Mary Main, Carla Sharp. Mesma coisa: presentes nas mais importantes revistas científicas, ou livros de editora cientificas como Oxford University Press, American Psychological Association (APA) Cambridge University Press. Exemplo, coloque no google acadêmico o livro Experiences of Depression- Theoretical, Clinical ande Research de Sidney J Blatt, você vai ver que é publicado pela American Psychological Association, a célebre APA. Vou agora destacar um livro da psicanalista canadense Mary Ainswoth, Patters of Attachment , que no google acadêmico tem 35948 citações. Comparem com o livro mais citado de Aaron Beck, fundador da terapia cognitiva comportamental, Cognitive Therapy and the Emotional Disorders” , com 23096 citações.
Seria um absurdo (por definição) dizer que revistas cientificas e associações científicas publicam artigos e livros não científicos.
As referências bibliográficas do livro da Patrícia Pasternak são na grande maioria de obras antigas, desatualizadas, de editoras não cientificas, várias insignificantes. Peguei dois artigos mais recentes. Um primeiro, de 2015, do polonês, Tomasz Witkowski. Tem 16 citações, e colocando o nome da editora, BrownWalkers, no Wikipedia, só´ aparece o nome, nada mais. O outro artigo, de 2019, é de H Otgaar. Coloque o nome da editora Perspectives on Psychological Science, na Wikipedia, vão encontrar que ela não está recebendo artigos este ano porque está sem editor-chefe. Não é aí que os psicanalistas que citei – e todos inúmeros outros que eles citam em seus artigos- publicam.
Mais uma coisa sobre Peter Fongy. Ele é diretor do Centro Ana Freud em Londres, cuja patrona é a princesa do Reino Unido, Kate Kiddleton : https://www.annafreud.org/insights/news/2020/11/hrh-the-duchess-of-cambridge-unveils-biggest-ever-uk-study-on-early-years/
Neste vídeo, ela vai até o Centro Ana Freud acompanhada de Peter Fonagy (de terno cinza): https://www.youtube.com/watch?v=czIO2025rA0